“Se há dúvidas se de fato consolida-se um eleitorado gay estruturado, é inegável que há um pujante eleitorado antigay. Religioso ou até ‘laico’, ele se fixa mais no padrão Bolsonaro, o do machismo anti-gay (aquele do armário, dirão as más línguas)”
ALFREDO SIRKIS |
A luta pelos direitos civis e contra a discriminação aos homossexuais vem avançando no mundo, apesar de alguns retrocessos pontuais. A situação ainda é grave em alguns países islâmicos, africanos e eslavos, onde existe uma legislação abertamente discriminatória ou mesmo persecutória ou onde pululam fortes movimentos de massa agressivamente antigays.
Há países que avançaram na legislação, mas onde ainda há fortes bolsões culturais e discriminação e intolerância. Recentemente, vimos mobilizações antigays em Jerusalém, Moscou e Varsóvia. O ex-presidente polonês, o antigo líder operário Lech Walesa, chocou a parte moderna da opinião pública local ao afirmar que “os deputados gays do Parlamento polonês deveriam ocupar só as últimas fileiras” do Legislativo.
Ao mesmo tempo, há avanços notáveis: nas eleições de 2004 nos EUA, o marqueteiro republicano Karl Rove usara a carta contra o casamento gay como tática de mobilização eleitoral para a reeleição de George W. Bush contra John Kerry. Foi uma estratégia atípica: Rove desprezou a disputa de votos ao centro e privilegiou a mobilização da base republicana sensível às bandeiras do que se chama nos EUA de “conservadorismo social”. Funcionou.
Oito anos depois, na sua campanha de reeleição Obama usou a mesma bandeira, numa estratégia análoga de mobilização de sua base, mas em sentido contrário. Desprezando conselhos de moderação, decidiu apoiar abertamente o casamento de pessoas do mesmo sexo, ainda que não estivesse muito claro, nas pesquisas, se isso iria beneficiá-lo nos estados indecisos. Acabou dando certo e evidenciando uma significativa mudança de espírito na opinião norte-americana por força dos jovens eleitores. LER+ na fonte
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