Para Hawking, o destino está nas mãos dos donos dos meios de produção. (AP) |
As máquinas não serão responsáveis pelo fim do mundo – e nem por uma guerra, como aquelas vistas nos filmes de Hollywood. A maior ameaça que a humanidade deve temer vem, na verdade, do dinheiro (e da ambição que ele desperta nas pessoas).
Quem disse isso foi ninguém menos que o físico britânico Stephen Hawking. Durante uma sessão de perguntas e respostas no fórum Reddit, na última quinta-feira (8), ele previu que a desigualdade econômica poderá disparar nas próximas decadas, ao passo que os empregos vão ficando automatizados, uma vez que os meios de produção serão cada vez mais controlados pelos mais ricos – e estes, por sua vez, tenderão a se recusar a compartilhar a sua riqueza.
“Se as máquinas produzirem tudo que a gente precisa, o resultado vai depender de como as coisas serão distribuídas”, explicou Hawking aos internautas.
“Todo mundo poderá desfrutar da tecnologia, do luxo e do lazer se o que for produzido por máquinas de fato for compartilhado com todos. Ou a maioria das pessoas poderá ficar miseravelmente pobre se os donos desses robôs conseguirem fazer ‘lobby’ contra a redistribuição de riqueza”, completou.
Isto é, os proprietários das máquinas se tornariam uma espécie de burguesia da nova era, em uma sociedade na qual os patrões não precisariam nem da mão de obra barata dos humanos reais. Essa tendência já é vista no mundo atual, no qual o fluxo do capital, cada vez mais financeirizado e volátil, acumula valor de maneira muito mais rápida do que o crescimento das economias mundiais.
“Até o momento, a tendência parece que será a segunda opção, com a tecnologia crescendo de forma desigual”, concluiu o físico, um dos principais cientistas modernos.
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